Projeto deve continuar para bem da fileira Ingredientes, Serviços e Equipamentos da Indústria Alimentar
Qualify.teca atinge uma taxa de execução de 93%
O projeto ‘Qualify.teca’ chegou ao seu termo com uma taxa de execução financeira de 93% com todas as atividades delineadas em candidatura realizadas. Ótimos resultados para o projeto que não pretende ficar por aqui e deve ter continuidade para o crescimento da fileira dos setores a montantes da Indústria Alimentar.
Oliveira de Azeméis e a região do Entre Douro e Vouga, bem como o Baixo Vouga apresentam um panorama empresarial importante ao nível das indústrias do setor Alimentar. Os laticínios, a produção e descasque de arroz, os vinhos e espumantes da Bairrada, e, até mais recentemente, a cerveja artesanal são apenas alguns dos exemplos relevantes desta realidade. Assim sendo, a montante, “tem de existir quem fabrique equipamentos e máquinas, assim como quem preste serviços de valor acrescentado, com elevado índice de conhecimento”. Esta foi a ideia de partida, lançada pelo diretor executivo da Associação Empresarial do Concelho de Oliveira de Azeméis (AECOA), António Pinto Moreira, responsável pela apresentação dos resultados do projeto ‘Qualify.teca’ (‘QTeca’), que se estendeu até abril de 2023. Uma ideia que esteve, aliás, na génese deste projeto que a AECOA liderou, copromovido pela Associação Empresarial de Águeda (AEA).
O seminário de encerramento, que decorreu no Hotel Vale do Rio, em Palmaz – Oliveira de Azeméis, ficou marcado pela satisfação das entidades promotoras ao concluírem que os objetivos iniciais, traçados em sede de candidatura, foram alcançados, quer ao nível das atividades realizadas, quer dos próprios indicadores financeiros, que atingem taxas a rondarem os 93% por parte de ambas as entidades responsáveis pela sua execução.
Um projeto para implementar no terreno futuramente
O objetivo central do ‘Qteca’ pretendeu “promover a especialização inteligente da fileira Equipamentos, Serviços e Ingredientes para a Indústria Alimentar, por via do reforço das suas competências em áreas centrais de inovação e qualificação”, nomeadamente ao nível da Indústria 4.0, Economia Circular e Literacia Financeira. Tudo isto para “possa progredir de forma agregada na cadeia de valor e posicionar-se no mercado global”, adiantou o diretor executivo da Associação Empresarial oliveirense.
O trabalho executado, nomeadamente os estudos de Diagnóstico e Caraterização, permitiu identificar 155 empresas da fileira, no Norte e Centro do país: 49 unidades no setor de Máquinas; 39 nos Reservatórios; 20 setor dos Ingredientes; e 47 na área dos serviços. Das diversas variáveis lançadas e registadas (ver estudos no site do projeto), importa salientar que, deste agregado, as exportações (mercados externos) ascendem aos 122,7 milhões de euros.
Identificada que estava a fileira, prosseguiu Pinto Moreira, o projeto ‘Qualify.teca’ permitiu, através das pesquisas e estudos seguintes, “traçar um plano de capacitação e qualificação para o agregado empresarial, isto é, a indicação concreta do que deveria ser feito”. Ou seja: incrementar a orientação exportadora do setor; reforçar a flexibilidade dos sistemas de produção; desenvolver a interação com os clientes de forma digital; dar resposta às exigências em matéria ambiental e de segurança alimentar; apostar na inovação como resposta aos desafios da digitalização; e implementar modelos de eficiência económico-financeira.
Resta agora “dar seguimento ao trabalho feito para que possa de forma efetiva promover e a acelerar o crescimento e o reconhecimento desta fileira”, um processo que o diretor executivo da AECOA pretende promover no futuro em consórcio com a sua congénere de Águeda.
Importa reter que o projeto ‘Qualify.teca’ é financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, no montante de 678.179,55 euros, dos quais 576.452,61 euros são provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
Discurso Direto
Manuel Casimiro de Almeida | Presidente da Assembleia Geral da AECOA
“É com muito prazer que dou-vos as boas-vindas em Oliveira de Azeméis, neste dia que é de festa, já que se trata de um evento que irá marcar o encerramento do projeto Qualify.teca. (…)
Trata-se de um programa muito importante para a fileira dos Equipamentos, Serviços e Ingredientes para Indústria Alimentar, uma área empresarial que assume uma extrema importância na nossa Região. (…)
Os objetivos foram cumpridos e permitem alcançar o conjunto agregador que se pretende, em setores de muito interesse para economia nacional e internacional”.
Miguel Coelho | Secretário-Geral da AEA
“É com muito gosto e grande satisfação que venho, hoje, a Oliveira de Azeméis, a esta sessão de encerramento. E por várias razões: uma delas é porque, efetivamente, venho com um sentimento de dever cumprido. Foi um projeto que começou em tempos de COVID, o que levou a enfrentarmos todas as dificuldades decorrentes da pandemia. No entanto, apesar dessas dificuldades (…) conseguimos terminar o Qualify.teca de forma meritória, eficiente e profissional, graças a muitas pessoas que hoje aqui estão (…).
Por outro lado, temos uma taxa de execução, quer física, quer financeira, muito atrativa, (…) bem perto dos 100%. Todas as atividades que nos propusemos realizar, foram efetivamente executadas e portanto, é de facto um dia de festa, pois também temos a noção e a consciência que demos um passo importante para esta fileira empresarial. (…)
“Esse é o nosso papel, enquanto Associações: trabalhar em prol das empresas, colocar o conhecimento ao serviço das empresas”.
João Borga | Membro da Comissão Diretiva do COMPETE
“Este setor tem força. Ouvimos aqui falar de muitas das suas fragilidades, mas quando se está a crescer 10%/ ano, exporta 40% do que se faz – não é um caso perdido. Estamos a falar aqui de um grande potencial; de gente que, embora tenha estes desafios da digitalização, de serem micro e pequenas empresas, não terem massa crítica, têm margens de lucro interessantes e agregadamente um valor bastante interessante.
Têm também duas associações empresariais que lhe fazem companhia e o trabalho que foi aqui apresentado hoje, julgo que é um trabalho muito completo, que vai de A a Z. (…). É muito importante que estas associações empresariais, que agora fizeram este trabalho, identificaram os problemas, continuem a trabalhar com quem tem estes problemas. (…)
Para os empresários, é preciso escolher uma estratégia. Têm de perceber se querem fazer mais, mais barato e vender muitas unidades e ganhar o mesmo dinheiro; ou se querem fazer menos, com mais qualidade, vender mais caro, investir o dinheiro em marketing e valorizar a V/ marca. A escolha tem de ser feita. Como dizem os marinheiros, ‘se não souber para onde vou, nenhum vento me vai ajudar’. E vão andar à volta da mesma situação em que se encontram agora indeterminadamente. Alguém dizia que ‘quem não está a inovar, está morto – só não sabe’. Esta é a realidade. Se continuarem a fazer a mesma coisa que fazem hoje, daqui a 5 anos estão ultrapassados pelo mercado. (…)
O Compete vai estar cá para vos apoiar. Os apoios vão aparecer agora no PT2030 e estão muito focados na inovação produtiva para melhorarem a V/ produção interna, as vossas máquinas (…); mas também podem investir para os vossos clientes, mas neste particular terá de ser uma aposta mais digital e mais verde. Quando eles inovarem as respetivas nas empresas e vos utilizarem como fornecedores dessa inovação, tenham produtos mais digitais, mais verdes para responderem à altura.
Nada disto se faz sem conhecimento. O Compete vai lançar linhas de apoio para a vossa capacitação e para capacitação dos vossos colaboradores, dos miúdos mais jovens. Não me recordo de oportunidades como as que se avizinham (PRR, PT2030), vai haver capital suficiente para resolverem os problemas e para crescerem, todavia tem de haver coragem e vontade de correr o risco por parte das empresas para crescerem”.
Bernardo Amaro Simões | Presidente da Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis
“Felicito particularmente a AECOA pelos projetos que tem promovido e pela sua execução, e particularmente pelo êxito que estes têm refletido. Todos os que trabalham nesta associação empresarial têm razões para estarem satisfeitos com o desempenho do V/ trabalho. Foi um sucesso. E se tudo correr bem às empresas, à economia, tudo a montante e a jusante – como a Saúde, a Educação, a área Social, etc. – irá sair beneficiado. Tenho razões de esperança para isso. (…)
Apostem na economia nunca esquecendo o Ambiente e os Recursos Humanos. Apostem nos V/ trabalhadores, se estes estiverem bem, todos estaremos bem e as empresa também. Esta é uma preocupação grande, como autarca, apaixonado pelo desenvolvimento da sua terra. É esta uma esperança que eu tenho”.
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