Período de descanso retempera forças e entusiasmo para mais um ano de trabalho
Férias melhoram a saúde e aumentam a produtividade
Por: António Pinto Moreira (Diretor Executivo da AECOA)
As férias são um direito garantido pela legislação laboral na maior parte dos países. Estas representam um período essencial para a recuperação física e mental dos colaboradores. A importância desse tempo de descanso, em Portugal quase sempre repartido ao longo do ano, vai além da simples pausa no trabalho, tornando-se um momento fundamental para a saúde e bem-estar dos funcionários e, consequentemente, para a produtividade da própria empresa.
Estudos comprovam que esta fase traz enormes benefícios a todos quantos têm a oportunidade dela usufruírem, nomeadamente ao nível da redução do cansaço, stresse e ansiedade – recarregar energias e repor os níveis de bem-estar social, familiar e emocional acabam por revelar-se medidas muito positivas mesmo para o desempenho posterior do trabalhador; aumento da produtividade, criatividade e eficiência – colaboradores com energia reposta, mais tranquilos e com um bom estado de equilíbrio entre trabalho e descanso, tendem a ser mais produtivos, eficientes e até mais criativos.
Por outro lado, os funcionários sem possibilidades de usufruir de um período de férias, no espaço de um ou dois anos, acabam por acusar sinais de extremo cansaço, muito significativos ao nível do seu estado de saúde – o tempo de folga permite, efetivamente, aumentar os níveis de saúde mental e física, prevenindo doenças, como a síndrome de burnout, tão falada atualmente. Esta sintomatologia requer atenção redobrada, até porque os trabalhadores não conseguem ultrapassar, por si só, sinais que o próprio organismo emana, redundando numa maior insatisfação no desempenho das funções e tarefas, que, habitualmente, fazem de forma rotineira, sem custo ou, grande parte das vezes, até com satisfação, envolvimento, lealdade e compromisso para com os objetivos comuns da organização empresarial que integram.
Estas e muitas outras conclusões, a que chegam numerosos estudos sociológicos e de bem-estar e saúde no trabalho, diariamente, confrontam-se, quantas vezes, com alguns contratempos e obstáculos que as empresas, nomeadamente as chefias e as entidades patronais, têm de enfrentar. Verdadeiros desafios à sua capacidade de liderança e de cultura organizacional. A sobrecarga de trabalho em alguns momentos nas unidades laborais leva muitas vezes a uma dose de resistência a conceder o período de férias que mais satisfaz o trabalhador, por parte dos gestores. Simultaneamente, o próprio funcionário acaba por entrar em conflito ao sentir-se responsável e ao temer que a sua ausência prejudique a equipa e a empresa. Para que tal não aconteça, importa promover um planeamento correto dos recursos humanos disponíveis e diligenciar para a respetiva substituição, de forma atempada e competente. Trata-se quase de um plano de contingência para garantir que a continuidade do trabalho não seja afetada. nem tenha consequências ao nível operacional.
Para aumentar os níveis de satisfação dos trabalhadores e, consequentemente, o sucesso negocial da própria organização, é uma excelente estratégia assegurar que os responsáveis pelos RH, as chefias e/ou os líderes de decisão valorizem e respeitem o direito a férias e, se possível, encontrem soluções/ opções flexíveis para que os colaboradores possam escolher uma parte do período de descanso, minimizando o impacto na equipa laboral. Para isso, nada como uma comunicação clara, aberta e franca sobre a política de férias na empresa, em jeito de motivação, para que se sintam à vontade de usufruírem desse direito que a lei consagra e, ao mesmo tempo, com a consciência de que o fazem sem prejuízo da organização que lhes assegura o emprego e o salário mensal.
… A propósito a AECOA deseja a todos um excelente período de descanso, já gozado ou em vias disso.
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