Responsabilidade ambiental tem de ser um investimento com retorno
Promover iniciativas de melhoria da eficiência energética e para a produção de energia renovável, nomeadamente junto dos seus Associados, a AECOA assinou um Protocolo de Colaboração com a Cleanwatts Digital S.A., entidade com o know how necessário nesta matéria.
A Associação Empresarial do Concelho de Oliveira de Azeméis (AECOA) tem desenvolvido esforços no sentido de sensibilizar o tecido empresarial, não só do concelho oliveirense, como de toda a região, para a necessidade da descarbonização e da adoção de comportamentos sustentáveis, em termos energéticos e ambientais. Já executados ou a decorrerem atualmente, são vários os programas da AECOA que apontam caminhos nesse sentido, como adiantou o diretor executivo, na conferência de imprensa que antecedeu a assinatura do protocolo.
“No projeto ‘Qualify.teca’, por exemplo, estamos a dar uma grande atenção à ‘pegada de carbono’ e a desenvolver um mapa para a sustentabilidade e responsabilidade ambiental na fileira dos Equipamentos, Serviços e Ingredientes para a Indústria Alimentar. Também no projeto de Formação-Ação, temos trabalhado estas matérias, incutindo nas empresas a vontade de assumirem posturas cada vez mais ‘amigas’ do ambiente, não deixando, no entanto, de serem lucrativas”, afirmou António Pinto Moreira, para quem “a responsabilidade ambiental não pode ser um custo, mas um investimento… e um investimento com retorno”.
Como Associação que representa e defende os interesses das empresas, a AECOA está atenta à realidade, porém “faltam-nos o know how, a tecnologia, o saber, a componente científica e tecnologia” para responder aos desafios mais inovadores e avançados da área produtiva. Daí, “optarmos pela contratualização de protocolos com entidades ‘experts’ em matérias cuja implementação se torna cada vez mais urgente”, como é o caso atual da Cleanwatts Digital, S.A.. Trata-se de uma entidade, localizada em Coimbra, com a qual “temos desenvolvido algumas atividades e, agora, em conjunto, propomo-nos a ser parceiros dos empresários em questões de digitalização da economia, de sustentabilidade ambiental, de energia, o que pode passar pela constituição de ‘Comunidades de Energia’ por exemplo (…), através da formalização deste protocolo”.
‘Comunidades de Energia’: um ‘passo de gigante’ no controlo de custos
A guerra na Ucrânia fez-nos aprender – mesmo que não sejamos ‘experts’ na matéria – que a energia, o seu consumo, a sua distribuição e os seus custos são extremamente oscilantes e instáveis. Todos percebemos que a conjuntura beligerante por que passamos tem um enorme impacto numa rede que é relativamente frágil. Estas foram as primeiras ideias que Maria João Benquerença trouxe à conferência de imprensa, convocada pela AECOA, e que acabaram por desembocar numa conclusão dada por esta responsável da Cleanwatts Digital S.A.: “As circunstâncias ‘contagiam-se’ muito e os preços da energia disparam. Portanto, ter o custo da energia controlado não é uma coisa a desprezar”.
A concorrer para a previsibilidade, controle e estabilização dos custos surgem as ‘Comunidades de Energia’, através das quais “a empresa pode dar um passo maior, repensar o seu consumo como um todo e ir mais além, criando novas dinâmicas, como fornecer e partilhar energia [excedente] dentro da ‘Comunidade’”.
De acordo com a especialista, as ‘Comunidades de Energia’ permitem-nos “criar perfis de consumo e agrupá-los, o que leva a uma otimização do consumo”. Por exemplo, neste caso para as empresas de Oliveira de Azeméis, “possibilitam termos a produção local mais barata, evitando necessidades de transporte e custos de rede”. Para além disso, “os custos são previsíveis” e “estão definidos a médio/ longo prazo, isto é, para os próximos 20 anos por exemplo”.
Para optarem por este caminho, as empresas “precisam de sensibilização, de formação, de apoio; precisam eventualmente de fazer candidaturas e de procurar eventuais investidores para centrais no concelho”. É para isso que surge o Protocolo de Colaboração que se seguiu entre ambas as entidades:
“Apontar caminhos para a resolução desse tipo de situações às empresas de Oliveira de Azeméis e da região, o que lhes permitirá viver estes momentos com maior tranquilidade e, depois, planearem a sua descarbonização – mas como um investimento com retorno”, prossegue Maria João Benquerença. “Qualquer pessoa que já geriu uma empresa sabe que os investimentos sem retorno não são para fazer. E mais: estes investimentos têm que se refletir no decréscimo dos custos da energia, juntamente com a diminuição da ‘pegada de carbono’ e a sustentabilidade ambiental”, concluiu.
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