Instituído pela ONU em 1966 para ser assinalado a 28 de abril de cada ano

Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho

 

Por: António Pinto Moreira (Eng.) | Diretor Executivo da AECOA

No passado dia 28 de abril assinalou-se, uma vez mais, o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho (DMST), instituído pela Organização das Nações Unidas, em1966, e reconhecido, já no início do século XXI, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A celebração pretende transmitir uma dupla mensagem: honrar aqueles que perderam as suas vidas ou foram afetados por acidentes e lesões no trabalho; e renovar o compromisso com a segurança e saúde dos trabalhadores em todo o mundo. Uma data em que se deve ter em conta que, por detrás das estatísticas, dos normativos e da regulamentação, em jogo podem estar vidas humanas, famílias afetadas e comunidades impactadas.

Em 2024: As alterações climáticas e as condições no trabalho

O recente relatório da OIT – “Ensuring safety and health at work in a changing climate” – chama a atenção para as alterações climáticas no mundo do trabalho e sensibiliza para a influência que estas exercem ao nível da segurança e da saúde dos trabalhadores. Assistimos cada vez mais à ocorrência de fenómenos extremos, que atingem, mesmo que de forma impercetível à vista desarmada, os colaboradores das Empresas. Este estudo realça os impactos da exposição a riscos profissionais, tais como o stresse térmico, a radiação UV, a poluição do ar, acidentes industriais graves, aumento de patologias transmitidas por vetores (organismos que podem transmitir doenças infeciosas entre os seres humanos ou de animais para humanos) e pela exposição a produtos químicos e/ou outras substâncias nefastas à saúde do Homem.

Ainda de acordo com o mesmo Relatório, mais de 70% dos trabalhadores em todo o mundo, em determinados momentos da laboração, estão expostos a “calor excessivo”. Tendo em conta dados de 2020, “as alterações climáticas estão a ter um impacto grave na segurança e na saúde dos trabalhadores em todas as regiões do mundo”, estimando que 18 970 vidas são postas em risco ou mesmo perdidas em resultado de 22,87 milhões de lesões profissionais atribuíveis ao calor excessivo, todos os anos. Este número não inclui os 26,2 milhões de pessoas que sofrem de doença renal crónica associada ao stresse térmico no local de trabalho. Por outro lado, uma série de riscos para a saúde, incluindo o cancro, as doenças cardiovasculares, as doenças respiratórias, as disfunções renais e os problemas de saúde mental, está (in)diretamente ligada ao impacto das alterações climáticas que temos vindo a assistir.

Importa, pois, encontrar respostas rápidas e ajustadas, por parte de todos os países, através da criação e/ou da revisão da legislação existente nesta matéria. Um plano estratégico de mitigação das alterações climáticas e outras variáveis que impugnam o ambiente de trabalho saudável (pegada de carbono, eficiência energética, uso de substâncias químicas e radioativas, etc.) é urgente. E cabe às empresas contribuir, não apenas para a sua elaboração, como sobretudo para a sua implementação e execução.

Só dessa forma o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho faz sentido e assume-se como uma oportunidade para as empresas renovarem o seu compromisso com a segurança e saúde de seus colaboradores e reafirmarem seu papel como agentes de mudança na promoção de locais de trabalho seguros, saudáveis e sustentáveis. Ao priorizar a segurança, as empresas não apenas protegem os seus ativos mais valiosos – os seus funcionários -, como garantem o seu próprio sucesso a longo prazo.

A AECOA está pronta para ajudar a encontrar-se o melhor caminho e as soluções mais viáveis, que passam (também) pela aposta nos diferentes programas dos fundos europeus estruturais de investimento, agora em novo ciclo. Contatem-nos.

 

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